Aprendi na prática que escolher a trepadeira certa faz toda a diferença no jardim

Última atualização: 4 de junho de 2025

Eu sempre achei lindo quando via casas com muros floridos, pérgolas cobertas de verde e plantas caindo das paredes com aquele charme natural.

Só que, na hora de montar o meu jardim, pensei que bastava escolher “uma trepadeira bonita” e plantar. Simples, né? Só que não.

A verdade é que nem toda trepadeira se comporta da mesma forma, e só depois de plantar a espécie errada no lugar errado é que eu fui entender a diferença entre elas.

Foi aí que descobri que existem vários tipos de trepadeiras — e que conhecer isso muda tudo na hora de decorar e cuidar do seu espaço verde.

Mas afinal, o que são trepadeiras?

As trepadeiras, ou plantas escandentes, são aquelas que se desenvolvem subindo em estruturas verticais como muros, grades, cercas, troncos e pérgolas.

Elas não crescem “sozinhas pra cima” como árvores — elas precisam de algum suporte para se apoiarem ou se enrolarem.

Mas o que pouca gente sabe é que elas se prendem de formas diferentes, e é isso que define seu tipo.

Quais são os principais tipos de trepadeiras?

A seguir, te explico os quatro tipos principais de trepadeiras, com exemplos que você pode usar no seu jardim (e o tipo de estrutura ideal pra cada uma):

1. Trepadeiras Volúveis

Essas são as que se enrolam naturalmente em suportes, como arames, hastes ou grades.
Elas têm caules flexíveis e crescem girando ao redor do que encontrarem pela frente.

• Exemplos:
  • Jibóia (Epipremnum pinnatum) – perfeita pra vasos pendentes e até ambientes internos.
  • Cipó-de-São-João (Pyrostegia venusta) – flores laranjas que dominam pergolados.
  • Alamanda (Allamanda cathartica) – com flores amarelas, alegra qualquer fachada.

✅ Indicação: grades, treliças e pergolados.

2. Trepadeiras Sarmentosas

Elas se agarram às superfícies por meio de raízes adventícias, gavinhas ou até espinhos.
São as ideais pra você que quer cobrir muros ou paredes sem precisar de muita estrutura adicional.

• Exemplos:
  • Falsa Vinha (Parthenocissus tricuspidata) – folhas verdes que ficam avermelhadas no outono.
  • Unha-de-Gato (Ficus pumila) – adere tão bem que parece pintura na parede!

✅ Indicação: muros, fachadas, paredes externas.

3. Arbustos Escandentes

São plantas que naturalmente são arbustos, mas com poda e condução certa, podem ser treinadas para crescer como trepadeiras.

• Exemplo:
  • Rosa Trepadeira (Rosa multiflora) – perfeita pra quem sonha com pérgolas românticas e floridas.

✅ Indicação: pilares, cercas e arcos com amarrações.

4. Trepadeiras do tipo Cipó

Essas plantas têm caules mais rígidos e grossos, e por isso precisam ser amarradas para crescerem na direção desejada.

• Exemplo:
  • Sapatinho de Judia (Thunbergia mysorensis) – flores delicadas que caem como cachos, lindas pra pérgolas.

✅ Indicação: estruturas firmes e amarração manual.

Dicas extras pra escolher sua trepadeira ideal:

Agora que você já sabe os tipos, veja algumas dicas práticas que eu queria muito ter seguido desde o começo:

1. Verifique se a planta precisa de sol pleno ou meia-sombra

Nem todas as trepadeiras gostam de sol o dia todo. A Jibóia, por exemplo, vai super bem em meia-sombra, já a Primavera precisa de bastante sol pra florescer.

2. Pense no suporte ideal desde o plantio

Evite improvisar depois. Escolha a estrutura certa: muros lisos para Unha-de-Gato, pergolados para Cipós, treliças para as volúveis.

3. Pode regularmente para controlar o crescimento

Algumas trepadeiras crescem rápido demais e se desorganizam se não forem podadas com frequência.

4. Observe a manutenção e limpeza

Trepadeiras floríferas como a Primavera soltam muitas flores secas. Tenha isso em mente se você for plantar perto de janelas ou calçadas.

5. Prefira espécies nativas ou adaptadas ao clima da sua região

Elas se desenvolvem melhor, exigem menos água e são mais resistentes a pragas.

O que eu aprendi com tudo isso?

Decorar muros e pergolados com trepadeiras não é só plantar e esperar crescer.
É preciso conhecer o comportamento de cada planta, escolher bem o local, o suporte e entender as podas e cuidados.

Se eu tivesse entendido isso antes, teria evitado plantar uma trepadeira pesada demais numa grade fina, ou colocar uma espécie que precisa de sol em um canto sombreado.

Mas hoje, com o jardim mais maduro e as escolhas certas, eu vejo o quanto as trepadeiras transformam um espaço simples em um cantinho encantador.